Baseando no total bruto da remuneração mensal de um deputado estadual mineiro, divulgado no site da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, que é de R$22.292,35 pode-se pagar o salário de 27 professores com curso Superior, 18 professores com mestrado e 15 com doutorado. Nessa remuneração bruta do deputado não estão contabilizados os vários auxílios como a ajuda de custo, comparecimento a reuniões extraordinárias no valor de R$ 1.002,12 para cada reunião, limitadas a oito por mês, além de uma verba indenizatória por despesas realizadas, mediante requerimento e comprovação que pode chegar ao limite de R$20.000,00 mensais. Observe que todos esses cargos de professor exigem curso superior, já para ser um deputado até o Tiririca serve.
O interessante é que esses quantitativos são pouco difundidos. Talvez até por desinteresse de nós mesmos em pesquisar e divulgar. Hoje, no ranking da FIFA o Brasil está na 6ª colocação entre os melhores do mundo e todo mundo fica chateado pela queda de posição, já no ranking de educação da UNESCO o Brasil fica no 88º lugar e ninguém nem discute.
Nas palavras da professora do Rio Grande do Norte, a Amanda Gurgel, é dada aos professores um giz e um quando para salvar o futuro do país. Mas que futuro é esse onde os números não condizem com a realidade? Aprovação não significa alfabetização. Números estatísticos de crianças e adolescentes nas escolas não significam que de fato esteja havendo alfabetização.
O que temos são professores com excesso de serviço e alunos desinteressados em terem uma educação de qualidade, onde os professores fingem que ensinam e os alunos fingem que aprendem e no final todos ficam felizes, principalmente o governo.
Se há uma revolução que pode mudar o nosso país, essa é a revolução na educação. Destinar 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a educação é inviável, mas aumentos salariais a políticos são viáveis, morais e constitucionais e ninguém reclama. O salário do palhaço Tiririca é de R$ 26,7 mil.